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Pensamento crítico: como desenvolvê-lo

Atualizado: 28 de set. de 2021

Em um mercado em momento de transformação, no qual vários currículos incríveis estão à disposição, as capacidades comportamentais ganham cada vez mais peso em seleções e, obviamente, na retenção de talentos e crescimento profissional. Nesse sentido, cada vez mais os colaboradores de uma empresa são escolhidos por características e habilidades subjetivas, como a capacidade de atuar a partir do pensamento crítico.


Com o pensamento crítico, é possível:


  1. Entender as conexões existentes entre conceitos e ideias;

  2. Conseguir elencar a relevância dos argumentos e das ideias propostas;

  3. Compreender, construir e verificar argumentos;

  4. Perceber quando existem inconsistências e erros de raciocínio;

  5. Encarar os problemas de maneira consistente e sistemática;

  6. Promover a reflexão sobre as próprias opiniões, crenças e suposições;

  7. Continuar sempre aprendendo mais sobre diferentes assuntos e temas.


O que é pensamento crítico?


O pensamento crítico é uma habilidade fundamental para tomar ações de maneira mais consciente, pois propicia decisões equilibradas e assertivas. Sendo assim, também é imprescindível para que profissionais possam lidar melhor com as adversidades no ambiente de trabalho, o que é extremamente valoroso para as empresas e seus gestores.


É considerado uma capacidade comportamental que envolve a capacidade intelectual de conceituar, empregar, examinar, resumir e quantificar informações agrupadas por meio de experiências e trocas.


Apesar de não ser um conceito novo - remonta a Sócrates, Aristóteles e Platão - o pensamento crítico foi cunhado contemporaneamente pelo filósofo Max Black, que o utilizou como título de método científico em 1946.


A partir dessa informação, é possível entender que, embora não estejamos tratando sobre pesquisas científicas neste ebook, o pensamento crítico tem uma ligação com a ciência por buscar soluções e atitudes a partir da racionalidade.


De forma resumida, esse conceito se refere a fazer com que o cérebro aprenda ativamente, sempre utilizando o questionamento como ferramenta para entender o quadro geral, e assim, poder tomar decisões.


Por que o pensamento crítico é tão importante?

O nosso cérebro tende a pegar atalhos na hora de tomar decisões baseando-se em situações anteriores. Esse processo se chama viés cognitivo, podendo ser considerado um erro, pois a mente se baseia em pré-julgamentos antes de agir. Por outro lado, isso economiza energia, já que precisamos fazer escolhas o tempo todo.


Por isso, se não pararmos para refletir sobre as atitudes, podemos, com frequência, realizar ações autocentradas, parciais e distorcidas, sem empatia e discernimento. Fazer uso do pensamento crítico ajuda a superar esses pontos falhos e poder ter uma visão global das tensões pelas quais passamos. Assim, é possível ficar atento para erros de julgamento e reparar situações, quando necessário.


De maneira ampla, toda e qualquer decisão que tomamos no dia a dia afetam nossa felicidade e nossa qualidade de vida. Por isso, para ter mais satisfação, é preciso pensar criticamente e entender as causas e consequências das nossas atitudes.


Tudo isso reflete em uma comunicação mais efetiva e, também, menos violenta, na qual as pessoas que participam da conversa conseguem realmente se entender e buscam se ajudar.


Colaboradores que são capazes de pensar criticamente conseguem se autogerir e, consequentemente, ganhar mais espaço nas empresas em que atuam. Dessa forma, trabalham com mais autonomia, agregam benefícios para o setor no qual estão inseridos e passam mais profissionalismo e autoconfiança. Também conseguem analisar e resolver problemas de forma sistemática ao invés de contar unicamente com a intuição ou o instinto.


Como desenvolver o pensamento crítico na sua equipe - para gestores


Matt Plumer, fundador da plataforma Zarvana, desenvolveu, com base em três modelos de pensamento crítico - The Halpern Critical Thinking Assessment (HCTA), Pearson’s RED Critical Thinking Model, e Bloom’s Taxonomy - um roteiro que divide o ato de pensar criticamente em quatro fases: a capacidade de executar, sintetizar, recomendar e gerar.


Fase 1 - Executar

Se um colaborador está apenas começando numa função ou nunca foi encorajado a pensar por si mesmo, é por aqui que ele precisa começar. Nesta fase, os membros do time irão fazer o que são solicitados. Apesar disso parecer uma ação fora do pensamento crítico, segundo Halpern, converter as instruções em ações requer atitudes necessárias para o pensamento crítico: raciocínio verbal, tomada de decisão e resolução de problemas.


Para saber se o colaborador está cumprindo a sua parte nesta etapa, é preciso verificar se o mesmo:

  1. Completa inteiramente a tarefa

  2. Realiza ela a tempo

  3. E se ele(a) realiza a tarefa no padrão de qualidade esperado


Caso haja dificuldades, peça para o colaborador explicar a você o que você pediu para ele fazer. Comece com tarefas e prazos menores e depois expanda.


Fase 2 - Sintetizar


Nesta fase, os colaboradores aprendem a classificar uma série de informações e descobrir o que é importante. Por exemplo, eles podem resumir as principais ações que devem ser realizadas após uma reunião importante. É possível pedir para cada um fazer uma ata, por exemplo. E então, você deve avaliar se eles:


1- Conseguem identificar o que é importante e excluir informações secundárias

2- Avaliam com precisão a importância dos insights?

3- São capazes de explicar e comunicar os insights de forma clara e sucinta?


Você irá saber que os membros da equipe estão prontos para a Fase 3, quando puderem fornecer um resumo dos insights e implicações importantes para o trabalho futuro no local sem preparação.


Fase 3 - Recomendar


Agora os colaboradores passam da fase de identificar o que é importante para a de determinar o que deve ser feito. É preciso que eles realizem recomendações fundamentadas de forma consistente. Busque entender se eles:


1- Sempre fornecem uma recomendação quando perguntam algo a você ou sempre esperam que você tenha a solução

2- Entendem os prós e contras das recomendações que realizam

3- Oferecem alternativas

Os membros da equipe estão prontos para passar para a Fase 4 quando fizerem recomendações razoáveis ​​que reflitam um julgamento sólido sobre um trabalho que não é o deles.


Fase 4 - Gerar


Por fim, os colaboradores precisam ser capazes de criar algo do nada. Uma ideia é pedir para que eles melhorem o programa de treinamento de novos contratados, desenvolvendo um projeto para isso. Nesta fase, eles já conseguem materializar suas visões e explicá-las para os outros. Confira se eles:


1- Conseguem propor ações de grande valor que não sejam apenas uma sequência do que já estavam fazendo

2- São capazes de transformar as visões em planos e realizá-las


Para ajudá-los, convide-os a observar e participar de seu próprio processo gerador. Muitas pessoas não chegam a esta fase porque não se dão permissão para fazer o tipo de pensamento aberto necessário. Ao convidá-los para participar de sua sessão de brainstorming, você mostra a eles que não só é bom passar um tempo pensando, mas que é obrigatório. Você também pode pedir que mantenham uma lista de suas ideias para melhorar o projeto, departamento ou organização. Convide-os a compartilhar essas ideias com você regularmente. Então, analise seriamente as ideias com eles para mostrar que o exercício era mais do que uma atividade prática.

Como desenvolver o seu pensamento crítico - para colaboradores


De acordo com uma pesquisa lançada em 2019 pelo State of the Workplace, em 37% dos casos, os empregadores têm dificuldade em encontrar candidatos ideais para as vagas pelo fato de os candidatos não apresentarem habilidades de resolução de problemas, pensamento crítico, inovação e criatividade.


Por isso, é fundamental que os profissionais busquem desenvolver suas soft skills e saiam na frente da competição no mercado. Para ter pensamento crítico, é preciso, segundo a presidente da Reboot Foundation Helen Lee Bouygues, dar atenção a 3 pontos: questionamento de premissas, raciocínio por meio da lógica e diversificação de pensamento.


1- Questionar premissas


Faça perguntas básicas sobre as suas crenças. Por exemplo, se você trabalha na área comercial pode se perguntar “Como eu sei que esse negócio vai crescer? Quais indicadores faço uso para estabelecer esse crescimento? Como as minhas ideias convergem com pesquisas de mercado?”, ou ainda “Os meus clientes mudaram? E se eu perdesse os meus fornecedores, o que faria?”. Essas perguntas ajudam a considerar alternativas e a encontrar soluções para problemas que ainda não existem.


2- Pense logicamente


No seu trabalho, preste atenção para os argumentos e suas evidências, verificando se os mesmos não são falhos. Ficar atento para falácias também é importante. Por exemplo, um gerente pode acreditar que seus vendedores obtiveram mais vendas por causa dos discursos motivacionais oferecidos na conferência anual de vendas. Porém, até que essa suposição seja testada, não há como o gerente saber se sua crença está correta.


3- Procure diversidade de pensamento


É natural que as pessoas se aproximem de outras que pensam ou agem como elas. Isso acontece especialmente no ambiente digital, onde os algoritmos das redes sociais intensificam esse processo.


Isso é problemático, já que ficamos cada vez mais fechados em nossas crenças e impressões pessoais. Tente se aproximar de profissionais de outros setores da empresa em que trabalha. Em reuniões e conversas, permita que as pessoas expressem suas opiniões


Embora essas táticas simples possam parecer óbvias, elas são raras na prática, especialmente no mundo dos negócios.

Quer saber mais sobre esse assunto? Acesse o nosso e-book sobre Pensamento Crítico em direção a um Thinking Environment, saiba como utilizar o pensamento crítico e como desenvolvê-lo para potencializar sua capacidade cognitiva e da sua equipe de forma humana, impactando positivamente na sua vida pessoal e na cultura organizacional de empresas.


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